17.4.10

Semana dos Povos Indígenas abre com música, exposição e debates

Nós Indígenas – Guardiões da Floresta é o tema da IV Semana dos Povos Indígenas, que abre neste domingo, 18, com a apresentação da Orquestra Sinfônica do Teatro da Paz e o Coral Guarani. A apresentação tem participação dos povos Tembé, Asurini, Kayapó e de Liliane Xipaia. No Forte dos Castelo, às 19h.

Até dia 25 de abril, o evento pretende destacar a presença dos povos indígenas no Estado, reafirmando para a sociedade o protagonismo dos povos indígenas enquanto agentes sujeitos da nossa história.

A programação intitulada “Circuito Cultural Nós Indígenas” pretende dar visibilidade de expressões culturais materiais e imateriais indígenas. São várias exposições em diversos espaços em Belém que reúnem acervos indígenas que darão um panorama completo da cultura indígena desde os primeiros contatos com os não indígenas até os tempos atuais.

Um ciclo de debates vai movimentar a IV SEPI, abrindo uma discussão dividida em quatro eixos temáticos: Meio ambiente, sustentabilidade e produtividade; Educação, cultura e tecnologias; Saúde, segurança alimentar e habitação; Justiça, cidadania, direitos humanos e assistência social, que nortearão os debates nas aldeias e nos municípios com população indígena.

Na segunda-feira, 19 de abril, quando é comemorado o dia nacional do índio, será realizado o debate virtual “Grandes Projetos da Amazônia e os Impactos Socioculturais às Comunidades Indígenas”.

A trasmissão será via web TV para toda a Amazônia Legal, com presença da Governadora Ana Júlia Carepa em Tucuruí, na aldeia Asurini, juntamente com o Ministro da Cultura, Juca Ferreira. Para participar acesse webtv.pa.gov.br .

Faz parte da programação, o lançamento de um catálogo, com 40 páginas de imagens e textos sobre as atividades artística e cultural indígena dando um panorama desta produção desde a era pré-colombiana até os dias de hoje.

A publicação traz um DVD com documentários produzidos pelos próprios povos indígenas sobre a I Conferência Estadual dos Povos Indígenas; I, II e III Semana do Povos Indígenas, e as duas Conferências Regionais de Educação Escolar Indígena realizadas no Estado do Pará.

A IV SEPI aproveita este momento e reforça a importância da comunicação como ferramenta de valorização cultural e de fortalecimento da identidade. Estão sendo implantados Pontos de Cultura Indígena estão sendo implantados nas aldeias Trocará e Cateté.

Cada uma está recebendo um kit multimídia composto de computador com acesso à internet de banda larga e placa de vídeo para edição, filmadora e fitas, além de outros equipamentos de áudio visual.

A comemoração não acontece só em Belém, mas também nas aldeias indígenas e seus respectivos municípios: aldeia Trocará do povo Asurini (foto acima) / Tucuruí, aldeia Cateté do povo Xikrin/ Parauapebas, aldeia em Alter-do-Chão do povo Borari/Santarém, São Félix do Xingu, Altamira.

Nas aldeias Trocará (em Tucuruí) e Cateté (em Parauapebas) serão realizadas as oficinas de “Formação de documentaristas indígenas”. Durante três dias, os indígenas vão desenvolver temas a partir do aspecto étnico-cultural de suas realidades, importante para o enredo documental.

Ao final serão apresentados curtas e/ou minidocumentários criados por estes povos ao longo do processo de aprendizado e experiência com a linguagem audiovisual. Indígenas que foram capacitados durante o ano de 2009 vão prestar apoio técnico aos “novos documentaristas”.

EXPOSIÇÕES

Museu do índio do Solar da Beira - Mostra Fotógráfica “Asurini Araweté – Gente de Verdade”, com obras dos fotógrafos paraenses João Ramid, Alberto Ampuero e Diana Figueroa.

São mais de sessenta fotos selecionadas, que retratam a vida, a arte, força e a cultura do povo Asurini do Xingu.

Museu Paraense Emilio Goeldi – a exposição “Kayapó Mebengokre nhõ pyka” mostra o cotidiano, os fazeres e rituais do povo Kayapó Mebengokre.

Para composição da exposição, três aldeias participaram do processo de produção: Moikarakoa, Las Casas e Kikretum, através de histórias contadas pelos mais velhos, confecção de flechas, artesanato e captação de imagens.

Forte do Presépio - veja a exposição com cerâmica primitiva e artefatos indígenas do Museu do Encontro. A mostra está na sala Gauaimiaba, reunindo objetos tapajônicos e marajoara, além da cultura material recolhida no próprio sítio histórico: fragmentos de cerâmica e porcelana, balas, moedas, etc.

Museu Histórico do Estado do Pará – MHEP - a exposição “Sene Maeté – Espaço Sagrado” simboliza o universo humano antepassado, as trocas culturais e o cenário atual vivenciado pelos povos ameríndios.

Também no MHEP, a exposição das pinturas do artista plástico indígena Pituku Waiãpi traz os trabalhos desenvolvidos por ele através de uma técnica especial de pintura com a boca (foto abaixo).

Pituku nasceu na aldeia Amapari, terra indígena Waiãpi no Amapá. Aos dois anos de idade teve paralisia infantil e desde os 18 ele utiliza a arte para se expressar.

Fundação Curro Velho - a mostra “Formas e Cores da Cultura dos Tembé”reúne telas, objetos e artesanato produzidos pelos índios, na aldeia Teko Haw, localizada à margem esquerda do rio Gurupi, na divisa do Pará com o Maranhão. A exposição foi montada entre uma parceria do Instituto Goethe e Instituto de Artes do Pará.

1ª Comissão Demarcadora de Limites - a exposição “Fronteira Norte” mostra, através do acervo da CDL, as técnicas de aproximação com os povos indígenas que habitam as regiões de fronteira.

A IV Semana Estadual dos Povos Indígenas é uma realização do Governo do Estado através do Comitê Instersetorial de Política Indigenista, que reúne todos os órgãos do Estado, voltados ao trabalho com os povos indígenas; Museu Paraense Emílio Goeldi, Fundação Nacional do Índio (Funai), Universidade Federal do Pará e Ministério da Educação.



Um comentário:

Anônimo disse...

A internet nas tribos indigenas faz perder um pouco da cultura?
Serca de quantos indios ficam intediados com a internet?
A internet viciou algum dos indios?