Dona Onete |
A maratona de lançamento do CD e DVDs do evento apresentado em 2006 e 2011 no auditório do Ibirapuera, em São Paulo, continua nesta quinta-feira, 02 de agosto.
À tarde um debate discutiu o que seria este novomomentoda música paraense, logo depois o por do sol foi coroado pela apresentção de Aíla e Projeto Charmoso no restaurante Palafita, à beira da baía do Guajará. O show desta noite será transmitido ao vivo do pela TV e Rádio Cultura do Pará, direto do Theatro da Paz, onde o público presencia um híbrido do que representa a nova cena da música paraense no país.
Adelaide Oliveira, diretora executiva do espetáculo conta que para chegar até aqui, um árduo caminho foi percorrido. “Foi desafiador. Desde o inicio deste ano que sabíamos que tínhamos que lançar o CD e os DVDs, e que o show seria uma consequência, mas não foi fácil, pois o material da primeira versão não estava guardado adequadamente, posso dizer que estava perdido”, conta.
Sebastião Tapajós |
“Quando o achamos, (Carlos Eduardo) Miranda e Assis (Figueredo, Estúdio Ápice) dedicaram meses, desde o ano passado, para recuperar e organizar tudo. Com relação à segunda versão, tudo foi mais fácil, pois planejamos o show para ser editado e se tornar um DVD.
Com isso chegamos à fase da fabricação muito mais rápido”, explica.
Os primeiros shows de lançamento estavam sendo planejados para acontecer primeiro em São Paulo, no mês de junho.
"Mas ficamos com medo das mídias não chegarem em tempo, seria um risco. Aí que resolvemos adiar isso pra agosto. E pensamos em lançar logo aqui em Belém. E acho que a cidade precisava disso. Mas voltaremos a Belém com o show, ao ar livre, em outubro, na semana que antecede o círio de Nazaré”, afirma.
O lançamento no Rio de Janeiro, porém, não está definido.
Paulo André Barata |
“Não conseguimos encontrar ainda o local ideal e não queremos levar pra qualquer lugar. Temos alguém que está fazendo especificamente isso, buscando este espaço no Rio”, diz Adelaide.
O próximo passo, de acordo com a também presidente da Funtelpa, será pensar o Terruá 3, que segundo ela terá um caráter de profissionalização, uma experiência que de certa forma já acontece neste lançamento com debates, palestras e encontros festivos.
“Se temos uma matéria prima única e rica, precisamos instrumentalizar as pessoas daqui. Não que as pessoas não saibam nada, mas temos muito que aprender, temos que pensar em trocas”, finaliza Adelaide.
Toni Soares |
Noite mais quente - No primeiro dia de show tudo soou mais controlado, com uma plateia de convidados e direito à presença do Governador do Estado. Mas ontem, em seu segundo dia de apresentação, o Terruá teve um público mais quente, que desde as seis da manhã fez fila para conseguir os ingressos, logo esgotados já às 10h, na bilheteria do Da Paz.
A vibração do teatro, lotado, refletiu claramente na emoção dos artistas que estão se alternando no palco, até o próximo sábado.
O grupo Uirapuru faz a abertura do espetáculo com seu carimbo de raiz. O painel que separa plateia e cenário sobe e os Cellos da Orquestra de Violoncelos da Amazônia fazem uma bela e vigorosa performance, seguida de Sebastião Tapajós, com seu violão de som tão caudaloso quanto o rio Tapajós que banha sua cidade, Santarém. É ele que chama Paulo André Barata que leva o público às lágrimas cantando "Foi Assim" e "Nasci para Bailar".
Nilson Chaves e Curica |
Nilson Chaves fez sua primeira apresentação no evento, pois não pôde estar presente na sessão de convidados. Faz a diferença, entra com sua alma de artista e chama Mestre Curica para tocar com ele “Carimbó Modernista” e depois apresenta com reverência a banda base, o que não aconteceu da melhor forma na noite anterior.
É aí que mais uma vez, só de forma mais intensa se sente o clima de confraternização em que se transformou o Terruá Pará em Belém. A plateia é um espetáculo à parte, mostra a face mais quente do paraense. E cada artista que sai do palco agradece de forma verdadeira a seu público. Toni Soares e Almirzinho Gabriel estão visivelmente mais emocionados que no primeiro dia. Todos estão.
“Parabéns a toda a equipe, artistas e a todos nós paraenses”, diz Lia Sofia, que quando começa a cantar “Ai menina”, canção que virou febre, não só aqui, mas em todo o país, na trilha da novela global. Nesta hora vê-se a plateia em estado de catarse.
Felpe Cordeiro e muitos no palco |
Outro momento explosivo, acontece na entrada de Felipe Cordeiro que, primeiro põe “Fogo na Morena” e depois engata “Legal e Ilegal”, música que acaba de ganhar videoclipe, e arrebata o público, que se levanta das cadeiras e dança a valer.“Que lindo isso”, diz ele. “Isso é um presente não só para nós paraenses, mas para toda a cena da música brasileira”, e parabeniza o Governo do Pará pela iniciativa.
O show segue até que depois da Gang do Eletro, Gaby Amarantos pisa no palco, segura, exuberante. “É um prazer poder passar meu aniversário com minha família, pessoas que realmente interessam, e com meu povo, que torce pelo meu trabalho”, diz. “Este não é o momento da Gaby Amarantos, é o momento da música paraense”, decreta ela que, após o show, recebe parabéns nos bastidores com direito a bolo, vela e a banda do boi de máscaras Veludinho, com seus pêrros e cabeçudos.
E não acaba aqui. Veja a programação completa do Circuito Terruá.
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